quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Este lugar é uma prisão, é extremamente frio, escuro, sombrio, úmido, cheio de ruídos de todos os tipos e formas, que se originam de todos os cantos, paredes, portas, teto. É um arrastar de cadeiras, de mesas, de armários, um bater de portas, um arranhão em um quadro negro, um olhar profundo dentro de sua alma acompanhado de um frio na espinha, aquela brisa gélida na sua nuca.
É uma mãe que chora desesperadamente segurando a mãe de seu filho no hospital, sem saber se verá ele rir novamente ou se aquela vai ser a última vez que vai vê-lo. Que faz de tudo para todos estarem sempre bem, que sempre se importa mais com os outros do que consigo mesmo e derrepente, quando se dá por conta, percebe que nada mais depende de si, que tudo fugiu de seu controle, e não há mais nada que possa ser feito por ela naquele momento, desespero, angústia.
Quando você se dá por conta, é nessa prisão que você está vivendo, a prisão que você mesmo criou dentro de sua mente, o mundo como você quis para si, ou talvez o seu mundo, do qual você foge diariamente, tenta fugir e esquecer, aquele inferno real que você não quer ver, não quer sentir nem viver.
Enquanto por fora você encherga um paraíso, repleto de alegria, cores, formas, alegria, paz e amor, lá dentro você sabe que se esconde exatamente o oposto de tudo que você deixa transparecer, opostos, e como dói, como machuca, como é intenso.
Lá no fundo existe um feto, encolhido num canto de um quarto, implorando por ajuda, morrendo de medo, sem fazer idéia do que fazer, de que caminho seguir, de quem confiar, de quem as pessoas realmente são, do que elas realmente querem contigo, apenas uma criança frágil que precisa de ajuda, de carinho, que precisa de um pouco de confiança, que precisa de alguém para confiar, para se agarrar forte e chorar, como um bebê frágil que não sabe fazer nada sozinho, que apenas chora pedindo qualquer tipo de ajuda, de um abraço de mãe, que tu se sente totalmente seguro e envolvido e o resto inteiro do mundo não existe mais, não te afeta mais, não faz a menor diferença.
Confiança, amor e carinho, me resgatem desse inferno a qual estou submetida a viver, a qual sempre estive submetida, mas consegui passar tanto tempo longe. Quando me resgatarem me lembrem e deixem bem claro que nunca mais vão deixar eu voltar pra lá, mas por favor, só me tirem de lá se for pra ser real e não temporário, não falso, se realmente quiserem me tirar e não me deixar mais voltar, pois cada vez que saio e volto, a volta é ainda pior, mais obscura e mais dolorosa, e quem sabe por quanto tempo eu irei resistir?

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